sábado, 17 de agosto de 2013

o passarinho

Não tem nada, sei que lugar de passarinho é no ar. Mas para pra pousar, o ar fresco da minha janela pode ser um bom lugar pra repousar teu canto, e meu acalanto é te ver cantar assim, não precisa de tanta coisa a mais.

E se quiser, olha o por do sol de amanhã, e me leve pra voar até lá também, pois eu sei bem do abrigo que tuas asas de vento são, e dos outros mundos que tens pra mostrar, passarinho, você pode ser por sua inteligencia, pela poesia que trazes a minha cabeceira, por seu cantarolá, mas nada que te complete alcança o que simplesmente és, na essência do ar que atropelas, e do que cada movimento teu significa ao repousar em mim.
  
E na antecedência do tempo que nos envolve, e até saindo da noite fria em que todos dormem, atravessando o dia para vê-lo morrer mais uma vez, esteja aqui mais uma vez, e só voe se for pra voltar antes do amanhecer, só amanheça se for pra me acordar com tua voz.

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