Acordar todo dia por
volta das 10h da manhã quase não foi vida, durante alguns anos nesse espaço
temporal. E foi assim, até que me veio, junto com um monte de horas a mais, a
mudança de hábito...
Comecei a acordar por volta das 8h da manhã, e
por mais cansativo que o dia pudesse correr, só voltava para casa depois das 22h
e antes do último ônibus que me pegava, porque nesse intervalo entre acordar e
dormir começava a caber coisas infinitas que nem imaginava poder fazer. E àquelas
horas de sobra para pensar somente em mim, foram reduzidas também, como os
momentos de pseudomeditação que me deixavam só. Foram incluídos ainda mais
filmes, ainda mais livros, mais histórias. E algumas horas de conversas, e atenção para doar.
De certo que o dia
tornou-se todo correria, mais corria pra mim mais felicidade, onde se juntavam
um tanto de preocupação, de compreensão, admiração, de amor. Foi quando passei
a notar. Notava que o sol diferente não passaria mais um dia sem ser notado com
alguém, mais ainda do que antes, notava sua luz. E saber o que é sentir saudade
de verdade, o que é dormir de verdade, o que seria poder contar...
Coleção de novas
figurinhas de tempo que me cabiam, me trouxeram agora ao que eu finalmente
chamaria viver. E o que chamaria viver não poderia estar residindo em alguém,
mas no que tornamo-nos em si. Que eu poderia até vir a perder, mas não voltaria
a nenhum outro álbum que não esse, por não precisar mais marcar-me em outro lugar
nenhum.
E a gente sabe tanto
rir um do outro, que não quero me ver dando espaço para restar-me a chorar.
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