domingo, 30 de junho de 2013

à ti

Eu queria ler nos teus olhos o que eu queria que tu me dissesse. Mas não sei, e nem sei se tu queres o que eu sinto que tenho para te dar. Faz pressentir que sonho com o impossível, nesse meu irreal, e me traz um tanto de medo em qualquer um dos mundos em que eu esteja. Eu te queria aqui em qualquer lugar, num infinito onde a explicação da felicidade fosse ela em si.

Eu teria uma árvore imensa  num quintal perto de um córrego, eu só veria relógios na hora de acordar, eu acordaria cedo para banhar de pijama na chuva, e a cama mais quente e acolhedora seria a minha, e cada abraço seria uma cama, e cada abraço e cama seriam à ti.

domingo, 16 de junho de 2013

Embora tantos sejam tantos
Eu, serei eu e mais ninguém
Segura de guardar-me entre os dentes
Quando as gengivas já quase doem
Onde não me deixo escapulir para fora
Tão pouco para me mastigar

Guardo o que falo, guardo o que faço
Assumo
Nada mais que não ser mais ninguém

Parece um esforço vão.

sábado, 8 de junho de 2013

Tal qual Paulo Freire, também me atrevo a achar que a coisa mais bonita num homem é a sua capacidade de unir a palavra e o gesto. Digo atrevimento, mesmo, pois, usa-se a palavra para tudo, para disfarçar, para convencer, para tentar ser ou demonstrar... Mas esquecem que o lugar da palavra está na ação, e que a coerência entre ambas reside inicialmente na coragem de enfrentar o que se é; e ser, vai além do discurso. O próprio discurso vai além do discurso, por mais bonito que pareça. 

domingo, 2 de junho de 2013



O Beijo

O beijo que eu sempre quis provar
Agora meu, eu sei
É melhor do que eu imaginara
É impossível de se acostumar
É falta que faz machucar
O teu beijo é mais de um;
É de menina, de mulher, de amiga
Transcende o paraíso
Vai muito além da terra toda
E mesmo sem perceber
Vai muito além de ti mesma
Vai muito além de mim, de nós, de tudo
O teu beijo
Se confunde dentro de mim
E por frações de eternidade
Esquecemos que somos dois

Matheus de Sousa